segunda-feira, 5 de setembro de 2011

• Mercado de criação de Jogos Digitais tem potencial de crescimento no país

  No Distrito Federal, o mercado de desenvolvimento de jogos digitais exige bastante empreendedorismo dos interessados. Esse é o caso dos sócio-proprietários da Behold Studios, empresa brasiliense do setor. Saulo Camarotti e Pedro Guerra, ambos com 24 anos, estudavam ciência da computação na Universidade de Brasília (UNB) e desenvolviam jogos no meio acadêmico quando, ao analisarem o mercado, perceberam que não havia empresas no setor em Brasília. Cuidaram da parte administrativa e foram escolhidos pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB no começo de 2010. O CDT forneceu espaço físico e apoio operacional.
  Atualmente, a Behold tem dois jogos no currículo. Um é de treinamento para técnicos da subestação da estatal de energia elétrica Furnas, localizada em Samambaia, e outro, o The Gravedigger, é exclusivo para o Iphone, smartphone da Apple. E está perto de lançar um terceiro, que se chamará My Super Hero e será integrado à rede social Facebook. A internet é justamente o setor mais promissor para as empresas brasileiras. “Os jogos casuais têm um desenvolvimento mais simples e por isso são uma boa oportunidade para empresas menores”, explica Saulo. “Eles vão direto para o jogador, o que elimina o problema de distribuição”, completa Pedro. Segundo a Abragames, 50% das empresas brasileiras são voltadas para esse setor.
  Os obstáculos, porém, ainda são muitos. O vice-presidente de Comunicação e Marketing da Abragames, Americo Amorim, explica que o principal entrave para o crescimento do mercado de jogos eletrônicos no Brasil é a pirataria. “O mercado consumidor tem de crescer, mas com os jogos falsos, é difícil.” Para ele, a solução passa pela diminuição de impostos no setor, o que reduziria o preço final do produto. Empecilhos burocráticos também incomodam. Um exemplo disso é o que aconteceu com o The Gravedigger. Por problemas com a classificação indicativa, o jogo ficou disponível apenas na versão norte-americana da loja online da Apple. Além disso, não pode ser vendido na categoria específica e acabou sendo disponibilizado na de entretenimento. “É ruim porque a gente cria o jogo aqui e não pode lançar no próprio país depois”, lamenta Saulo Camarotti.
  Já a oferta de profissionais é suficiente. O problema é a qualificação: “Muita gente quer trabalhar aqui, mas poucos com o saber necessário”, explica Saulo. Segundo eles, isso é pior para os grandes do setor. Americo afirma que “há uma falta crônica de game designers (que atuam na concepção e especificação do que serão os jogos) com experiência no Brasil”.

Alternativa:
  O desenvolvimento de jogos para o público em geral, apesar de mais conhecido, está longe de ser a única opção para os estúdios, como são chamadas as empresas que desenvolvem esses jogos. Eles constituem a menor fatia do mercado brasileiro. Para o criador do curso de jogos digitais do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), o professor Francisco Ramos, a opção mais atrativa é a publicidade, especialmente na internet, com a criação de mini-jogos para determinada marca — é o chamado advergame. A melhor oportunidade está na parte de arte gráfica”, afirma.
  O salário médio de quem atua no setor de desenvolvimento de jogos é de R$ 2,6 mil, segundo a Abragames. Diante disso, para o professor Francisco, o único pré-requisito para se iniciar no ramo é “a paixão por jogar”.


-http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2011/05/08/internas_economia,251281/mercado-de-criacao-de-jogos-digitais-tem-potencial-de-crescimento-no-pais.shtml

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